Começa em Piracicaba (SP) a Escola de Bem-Estar de Animais de Produção

Evento é uma promoção conjunta das universidades de São Paulo (USP) e de Guelph, no Canadá, e tem apoio da CAPES.

Professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação de várias universidades brasileiras e do Canadá abriram na manhã desta segunda-feira, dia 24, no Anfiteatro da ESALQ-LOG, em Piracicaba (SP), da I Escola de Altos Estudos "Bem-estar de Animais de Produção” - Conceitos e Tecnologias Aplicadas na Produção Industrial (High Performance School in Animal Welfare - Egg Production). O evento prossegue até quinta-feira, dia 27, numa iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Agrícolas da Universidade de São Paulo (USP), por meio do Núcleo de Pesquisa em Ambiência (NUPEA) do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), e organizado em parceria com pesquisadores do Campbell Centre for the Study of Animal Welfare (CCSAW) da Universidade de Guelph, do Canadá, com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O curso conta com a presença das pesquisadoras canadenses Tina Widowski e Alexandra Harlander, ambas da Universidade de Guelph, e Iran Oliveira da ESALQ - USP.

A primeira apresentação foi da Doutora Alexandra Harlander, que tratou dos conceitos gerais aplicados ao BEA em aves, suínos e espécies em geral, além de falar dos sistemas de confinamento e a importância do treinamento das equipes. À tarde, a Doutora Tina Widowski debateu a evolução e os problemas enfrentados pelas normas de BEA nos Estados Unidos e na União Europeia. Amanhã, terça-feira, as duas cientistas vão falar sobre os aspectos psíquicos e de comportamento em BEA e comparar os problemas e as soluções verificadas entre os sistemas convencionais e os sistemas modernos “livre de gaiolas” nos aviários do mundo todo. Na quarta-feira de manhã, estarão em discussão os problemas, as vantagens e desvantagens de se instalar modelos de BEA nas propriedades pecuárias, e as questões que são chaves neste processo. À tarde, os participantes vão acompanhar a descrição de um caso canadense sobre sacrifício, transporte e eutanásia.  O encontro termina na quinta-feira, com o professor e pesquisador-doutor José Oliveira da Silva, do Brasil, abordando concepções sobre bem-estar e as aplicações na produção nacional. Ele também vai explanar sobre um caso concreto vivido na Avicultura do país. “Nossa ideia é capacitar ainda mais os profissionais ligados às cadeias produtivas para os temas mais relevantes e que estão sendo exigidos pela sociedade para indústria e criadores. Como é o caso do Bem-estar Animal das galinhas poedeiras”, explicou Iran Oliveira.

A Escola de Altos Estudos consiste em atividade de cooperação acadêmico-internacional na forma de cursos de curta duração. Trata-se de uma iniciativa da Capes para fomentar a cooperação acadêmica e o intercâmbio internacional em pós-graduação stricto sensu. O objetivo é trazer professores e pesquisadores estrangeiros, de elevado conceito internacional, para a realização de cursos monográficos, a fim de fortalecer, ampliar e qualificar os programas de pós-graduação de instituições brasileiras. Parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), a Escola se desenvolve com recursos da Capes, que são empregados em passagens aéreas, hospedagem e apoio operacional. Todos os cursos são documentados e passam a integrar o acervo da agência. Os cursos ministrados pelos especialistas estrangeiros têm curta duração e somam créditos para o programa de pós-graduação dos participantes. A Capes incentiva a formação de consórcios entre universidades para ampliar o acesso aos eventos. Quando possível participar via internet ou teleconferência, o curso também deve contabilizar créditos.

Estão participando estudantes de pós-graduação, médicos veterinários, zootecnistas, engenheiros agrícolas, agrônomos e biossistemas, além de biólogos e profissionais que atuam na área de bem-estar de animais de produção. O curso está sendo oferecido também no formato de difusão cultural. Um percentual das vagas existentes está sendo utilizada por profissionais não vinculados aos cursos de pós-graduação. Neste caso, o apoio recebido foi da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), e a certificação será realizada pela USP.
 

Fonte: Revista Ave – revista Beef – Revista Pork

Abril 24, 2017
Delegação de Guelph, Canadá chega a ESALQ/USP