Objetivos:
Discutir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH), o funcionamento do Comitês de Bacias Hidrográficas com base na quantificação das vazões máximas necessárias ao dimensionamento dos projetos de controle dos recursos hídricos; das vazões médias necessárias à estimativa de volumes de reservatórios; e das mínimas, necessárias às obras de captação à fio d'água e ao planejamento e uso dos recursos hídricos; de forma a permitir a gestão integrada quantidade-qualidade dos recursos hídricos.
Justificativa:
O atual Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH) tem, entre seus princípios mais difundidos, a descentralização e a participação social em nível de organismos de bacias. Porém, os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBHs) dependem, entre outros fatores, da disponibilidade, da qualidade e da forma de tratamento e utilização de dados em escalas adequadas, ou seja, os CBHs dependem da qualidade informacional dos dados (capacidade de transmitir conhecimentos). Para a consolidação dos CBHs no Brasil a existência de dados e informações com qualidade é essencial. Para tanto há necessidade de desenvolver indicadores ambientais de fácil utilização para a gestão da água.Os recursos naturais forneceram o suporte para o desenvolvimento industrial, mas sua exploração irracional sem planejamento, tem resultado em problemas de degradação ambiental e, simultaneamente, em problemas políticos, sociais, econômicos e ecológicos em todo o planeta. A incompatibilidade entre os interesses do capital e da proteção ambiental reforçou os conflitos entre as linhas de pensamento de caráter mais ecológico ou econômico. A cadeia de causas e efeitos negativos sobre a qualidade dos ecossistemas e da vida humana tem exigido transformações nos modelos de desenvolvimento. A compatibilização entre o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente é um grande desafio para a sociedade. A Lei 9433/97, apresenta instrumentos que dependem de uma série de estudos e interpretacões para o seu sucesso como mecanismo noteador do uso racional do solo e da água. A Hidrologia e demais áreas do conhecimento interagem e se complementam no objetivo comum de quantificar as modificações ambientais promovidas pelas atividades do homem, seja agropecuárias, florestais, industriais e pelas obras hidráulicas delas decorrentes
Conteúdo:
I - Hidrologia de Superfície 1. Introdução. Importância e aplicações da Hidrologia. Ciclo hidrológico. Bacias hidrográficas. Características fisiográficas das bacias. 2. Chuvas, tipos, características e modelos de distribuição. Análise e processamento de dados pluviométricos. Aplicações. 3. Chuvas intensas e escoamento superficial (runoff). Condições de ocorrência, medida e previsão do runoff. Picos de descarga. Métodos de estimativa. Método racional. Método de I-Pai-Wú. Análise de hidrógrafas. Hidrógrafas sintéticas. Dimensionamentos. 4. Cursos d' água, características e regime. Fluviometria. Curva característica de cotas - vazões. Enchentes e estiagens. Regionalização das variáveis hidrológicas. 5.Reservatórios e pequenos barramentos. Elementos hidrológicos dos barramentos. Estimativa do volume dos reservatórios. Método de Rippl. Método dos picos seqüenciais. 6. Previsão de fenômenos hidrológicos extremos. Frequência, probabilidade e período de retorno. Previsão de eventos hidrológicos extremos, máximos e mínimos. Séries Anuais. Métodos de análise para projetos. Distribuição de Gumbel. Distribuição Log-Pearson. Distribuição Log-Normal. Distribuição de Weibull . Cálculos. II - Hidrologia Subterrânea 7. Água subterrânea. Aquíferos, tipos e propriedades. Movimento da água subterrânea. Características e hidráulica de poços. Equações do fluxo permanente em direção a um poço. Método de Thiem. Teste de bombeamento. Análise e interpretação da curva característica de um poço profundo. Exploração de aquíferos. Aquíferos do Estado de São Paulo. Sistemas de bombeamento. 8.Qualidade da água. Qualidade para fins de irrigação. Qualidade para abastecimento doméstico e industrial. Qualidade para manejo ambiental. Resolução CONAMA 357. III – Gestão de recursos hídricos. 9. Bases conceituais e princípios fundamentais. 10.A evolução do processo de democratização da Gestão da Água no Brasil. 11-Sistema Nacional de Gestão de Recursos Hidricos. 12. Legislação sobre o uso da água. Lei Federal 9433. Lei Estadual 7667 e seus intrumentos. 13. Outorgas, Licenças, plano de bacias hidrográficas. 14. Cobrança pelo uso da água. 15. Pagamento por serviços ambientais. 16.Constituição dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs). 17. Câmaras Técnicas dos C.B.Hs. 18. O monitoramento da Água no Brasil: Instituições, Iniciativas e Banco de Dados. 19. Os indicadores ambientais como instrumentos de gestão da água. 20. Experienciais internacionais de gestão da água. 21. Bacias hidrográficas experimentais. 22. Estudos de caso das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. 23. Participação das Universidades nos Comitês de Bacias Hidrográficas. 24. Desenvolvimento de projetos de pesquisa em Bacias Hidrográficas.
Forma de Avaliação:
Duas provas, trabalhos práticos, monografias e apresentação de seminários.
Observação:
A nota final será dada pela expressão: Média = (P1 + 2.P2 + média de exercícios e seminários)/4
Bibliografia:
BEDIENT, P.B., HUBER, W.C. Hidrology and floodplain Analysis. Addison-Wesley. Reading. 1992. 692p.
BRASIL, 1997. Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, Regulamenta o inciso XIX do artigo 21 da Constituição Federal, e altera o artigo 1o da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em . 2005.
BROOKS, K.N., FOLLITT, P.F., GREGERSEN, H.M., THAMES, S.L. Hidrology and the management of watersheds. Iowa State University Press. Ames. 1991. 377p.
CAMPOS FILHO, C. M. Reinvente seu bairro - Caminhos para você participar do planejamento da sua cidade. Editora 34. São Paulo. 2003. 223p.
CARDOSO, Maria Lucia de Macedo. Desafios e Potencialidades dos Comitês de Bacias Hidrográficas. Ciência e Cultura, Campinas, dez 2003, vol.55, n.4, p.40-41.
COLEÇÃO ABRH DE RECURSOS HÍDRICOS. Vol. 2. Engenharia Hidrológica. ABRH/UFRJ. Rio de Janeiro. 1989.
Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari, e Jundiaí – Documentos Básicos sobre a Constituição e Funcionamento dos Plenários e Câmaras Técnicas. Comitê CBH-PCJ, Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento, 2005. 72p.
Committee on the Future of Irrigation in the Face of Competing Demands/Water Science and Technology Board/Comissionon Geosciences, Environment, and Resources/National Research Council. A New Era for Irrigation. National Academy Press. 1996. 203p
DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA DO ESTADO DE SÃO PAULO - DAEE. Estudo das Águas Subterrâneas. São Paulo. Coletânea 1972-1982.
DOWBOR, L., TAGNIN, R.A. Administrando a água como se fosse importante. Editora Senac. São Paulo. 2005. 290p.
FOLEGATTI, M.V. , DA SILVA, T.J.A., CASARINI, E. C.T., 2004, “O Manejo da Irrigação como Elemento Essencial na Utilização Racional dos Recursos Hídricos”. In: Thame, A. C. de M.(org.), A Cobrança pelo Uso da Água, São Paulo, IQUAL - Instituto de Qualificação e Editoração Ltda.
HOFFMAN, G.J.; HOWELL, T.A. & SOLOMON, K.H. Management of Farm Irrigation Systems. St. Joseph, The American Society of Agricultural Engineers. 1990. 1040p
LINSLEY, R.K., KOHLER, M.A., PAULHUS, J.L. Hidrology for engineers. Mac Graw-Hill, N. York, 1988. 492p.
LINSLEY, R.K. & FRANZINI, J. Water Resources Engeneering. Mac Graw-Hill. N. York, 1973.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Recursos hídricos. Direito brasileiro e internacional. São Paulo; Malheiros Editores, 2002. 216 p.
MAGALHÃES Jr, A. P. Indicadores Ambientais e Recursos Hídricos - Realidade e perspectivas para o Brasil a partir da Experiência Francesa. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro. 2007. 688p.
MAIDMENT, D.R. (Editor) Handbook of Hidrology. Mac Graw-Hill, Inc. N. York, 1993. 1380p.
MAITLAND, P.S.; MORGAN, N.C. Conservation Management of Freshwater Habitats: Lakes, rivers and wetlands. Kluwer Academic Publishers. 2001. 233p.
PONCE, V.M. Engineering Hidrology. Prentice-Hall, New Jersey, 1989. 640p.
SELBY, M.J. Hillslope Materials and Processes. Oxford University Press. Oxford, 1993. 451p.
SEROA DA MOTTA, R., 1998, Utilização de Critérios Econômicos para a Valorização da Água no Brasil. In: Projeto PLANAGUA-SEMA/GTZ, Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, Rio de Janeiro SANTOS, M.O.R.M., 2002, O Impacto da Cobrança pelo Uso da Água no Comportamento do Usuário. Tese de D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
SETTI, Arnaldo Augusto et al. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. 2.ed. Brasília: Agencia Nacional de Energia Elétrica; Agência Nacional das Águas, 2001. 145 p.
SINGH, V.P. Hydrologic Systems. Printice-Hall, 1989
SOUZA et al. Hidrologia - Depatamento de Engenharia de Biossistemas - Série Didática n. 18 - ESALQ/USP, Piracicaba - SP, 2014, 457p.
CHOW, V.T.; MAIDMENT, D.R.; MAYS, L.W. Applied Hydrology. McGraw-Hill Pubs. Co. 1988, 572p.
CHOW, V.T. Handbook of applied hydrology. McGraw-Hill Book Co. 1964
VIESSMAN JR, W.; HARBAUGH, T.E.; KNAPP, J.W. Thomas Y. Crowell Company Inc. 1977
TUCCI, C.E.M. Hidrologia – Ciência e aplicação. Editora da Universidade/ UFRGS e ABRH, 1993.
HAAN, H.T. Statistical methods in Hydrology. The Iowa State University Press.
MCMAHON, T.A.; MEIN, R.G. River and reservoir yield. Water Resources Publications. Colorado, 1986.
TUCCI, C.E.M. Modelos hidrológicos. Editora da Universidade/UFRGS e ABRH, 1990, 643 p.
PINTO, N.S. et al. Hidrologia básica. Editora Edgard Blucher, 1976
PAIVA, J.B.D.; PAIVA E.M.C.D. Hidrologia aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. ABRH, 2001, 625p.
VILLELA, S.M.; MATTOS,A. Hidrologia Aplicada. Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda
http://www.comitepcj.sp.gov.br/comitespcj.htm
http://www.ana.gov.br.
Idiomas ministrados:
